VIRTUOSISMO AO VIOLINO – ILYA GRINGOLTS
“Gringolts toca com carácter, gesto, expressão e linguagem musical que são o sonho de qualquer compositor.” (Süddeutsche Zeitung)
Nascido em 1982, em São Petersburgo, Ilya Gringolts começou cedo os estudos musicais. Como afirmou em entrevista (www.violinist.com), “Era simplesmente o que se esperava – sem querer reduzir a um estereótipo, mas na Rússia um rapaz judeu tinha de tocar violino, por isso não fiz perguntas. Foi basicamente ideia dos meus pais, mas eu fui-me afeiçoando a ela. Nunca fui bom em desporto, por isso nunca senti falta de mais tempo ao ar livre.”
Ilya aborda o grande repertório orquestral, tal como obras contemporâneas ou raras; interessa-se também pela interpretação historicamente informada. Os seus programas de concerto incluem música antiga de Paganini, Leclair e Locatelli. No Verão de 2020, juntamente com Ilan Volkov, fundou a I&I Foundation para promover a música contemporânea, através de encomendas a jovens compositores.
Esta dedicação ao vasto universo da música para violino ao longo da história revela-se nos dois concertos que o trazem à Casa da Música, onde actua ao lado da Orquestra Barroca e do Remix Ensemble, no âmbito do festival À Volta do Barroco. Num primeiro momento, junta-se ao prestigiado maestro Andreas Staier num programa italiano que inclui um Concerto para violino de Pietro Locatelli (1695-1764). Dois dias depois, o palco é dividido com o maestro Peter Rundel e o trompetista Aleš Klančar numa interpretação de Cinnabar, uma obra escrita em 1999 por Rebecca Saunders. Este programa completa-se com uma peça muito recente para violino a solo, nascida a partir da actividade da I&I Foundation. Trata-se de uma encomenda à compositora norte-americana Sky Macklay, uma peça que explora as possibilidades criativas sobre determinadas frases rítmicas que se repetem.
O disco Il labirinto armonico (2021) é um dos mais recentes testemunhos da qualidade artística de Ilya Gringolts. Aí dirigiu a Orquestra Barroca Finlandesa enquanto solista-maestro na obra de Locatelli e conquistou as distinções Diapason d’Or e Escolha do Editor da Gramophone. Ainda nesse ano, surgiu um CD a solo intitulado Ciaccona, com obras de Bach, Pauset, Gerhard e Holliger, que foi também Escolha do Editor da Gramophone. A sua extensa e aclamada discografia, lançada pela Deutsche Grammophon, pela BIS e pela Hyperion, entre outras, inclui também a gravação celebrada pela crítica dos 24 Caprichos de Paganini para violino solo e a segunda parte da integral das obras para violino de Stravinski (2018), gravada com a Orquestra Sinfónica da Galiza sob a direcção de Dima Slobodeniouk (premiada com o Diapason d’Or). Tem ainda grande sucesso como primeiro violino do Gringolts Quartet.
Depois de estudar violino e composição em São Petersburgo com Tatiana Liberova e Zhanneta Metallidi, Ilya Gringolts frequentou a Juilliard School of Music, onde estudou com Itzhak Perlman. Ganhou o Prémio Paganini (1998) e mantém-se como o mais jovem vencedor na história desse concurso internacional de violino. Foi nomeado BBC New Generation Artist no lançamento da sua carreira. Além de professor na Universidade das Artes de Zurique, Ilya Gringolts foi nomeado para a renomada Accademia Chigiana de Siena em 2021. Toca num violino Stradivari (1718 “ex-Prové”).