Luca Francesconi, Compositor em Residência em 2021, na Casa da Música
Luca Francesconi (Itália, 1956) estudou composição com Azio Corghi, Karlheinz Stockhausen e Luciano Berio, e jazz no Berklee College of Music em Boston. Entre 1981 e 1984, trabalhou como assistente de Berio. Em 1990 fundou em Milão o Agon Acustica Informatica Musica, um centro de pesquisa e produção musical com recurso a novas tecnologias.
Compôs mais de cem obras para vários formatos, desde o instrumento solista à grande orquestra e ainda criações multimédia, incluindo encomendas das instituições musicais internacionais mais importantes. Uma das suas obras recentemente premiadas (Prémio de Música da Royal Philharmonic Society) foi Duende — The Dark Notes, um concerto para violino e orquestra que a Casa da Música apresenta este ano em estreia nacional — pela Orquestra Sinfónica com o solista Ilya Gringolts.
São seis obras que atravessam a temporada, mostrando as múltiplas faces de uma figura central da composição contemporânea que já tem sido tocada no Porto. Lembremos, por exemplo, a ópera Quartett, de 2011, uma encomenda do La Scala com encenação de La Fura dels Baus (Prémio dos Críticos Franco Abbiati 2011), apresentada mais de 80 vezes por todo o mundo, em oito produções; ou o Concerto para piano, uma encomenda da Casa da Música escrita para Nicolas Hodges.
A música de Francesconi tocada em 2021 pelos agrupamentos residentes da Casa da Música inclui obras para coro, orquestra e ensemble. Da música concertante há a destacar, além de Duende, a estreia nacional de um concerto para violino e orquestra, para a solista Patricia Kopatchinskaja, encomendado pela Casa da Música em parceria com instituições internacionais; Islands, para piano e orquestra, sendo solista Tamara Stefanovitch; e ainda Daedalus, para flauta e ensemble.
Luca Francesconi é também maestro. Ensina há 35 anos em conservatórios italianos e em masterclasses por todo o mundo. É professor e director do departamento de composição na Musikhögskolan de Malmö (Suécia). A transmissão de ensinamentos às novas gerações é uma das vertentes da sua residência na Casa da Música, que inclui um seminário aberto a estudantes de composição.
Depois de deixar a direcção do Agon, em 2004, Luca Francesconi fundou no mesmo ano o Festival “Connect” em Malmö. Em 2005 fundou o Musical invention Lab na Semana Musical de Stresa. Foi director artístico da Bienal de Música de Veneza, onde criou e coordenou quatro festivais, e foi nomeado consultor artístico do festival Ultima em Oslo.
Em 2018, Luca Francesconi recebeu o Prémio Feltrinelli da Accademia dei Lincei em Roma e o Prix Italiques.
