Divertimentos Sinfónicos · 09 Outubro 2020
É um desafio muito apreciado pelos compositores: partir de um género de outro tempo e fazer dele música nova, que nos deixa a flutuar entre diferentes eras. A Serenata de Richard Strauss vai muito além de imitar as serenatas mozartianas, sendo marcada pela originalidade – não por acaso, foi um passo de gigante em direcção a uma carreira internacional de sucesso do compositor então com 17 anos. Também o Divertimento de Bartók foi inspirado no carácter lúdico e flexível deste género clássico e apresenta-o renovado e modernizado. Já o concerto para solista e orquestra encontra em Vaughan Williams uma abordagem bem diferente dos modelos continentais, fazendo transparecer os traços da canção popular inglesa, a identidade nacional que o compositor tanto prezava. A melancolia da peça convida a uma audição atenta que irá revelar, sob a sua aparente leveza, música profunda e uma escrita exigente para o solista.